A Yamaha RD 350 (acrônimo de Race Developed (desenvolvida
para disputas), também conhecida no Brasil pela alcunha Viúva Negra) é uma
série de motocicletas que foi produzida entre 1973
e 1993. No Brasil, sua produção começou em 1986
com o modelo RD350LC YPVS.
História
Em 1967 a Yamaha lançou a RD, uma
350, 2 cilindros, 2 tempos.[2][3] Em 1968
é lançada a R2 350 com motor, chassi e componentes totalmente diferentes, seu motor também 2
cilindros, 2 tempos, passou a ser Twin (os pistões movimentam-se em conjunto).
Em 1969 foram fabricadas as R3, com visual similar a
R2, apenas com o velocímetro e tacômetro independentes (antes era um mostrador
único aclopado na cuba do farol). Assim como a R2, tiveram também a opção dos
canos de escapamento Scrambler (tipo trail) e versão Grand Prix. Em 1970
vieram as R5, visual totalmente remodelado e mecânica derivada das TR3 350 de
competição, imediatamente obtiveram sucesso em todo mundo. Posteriormente foram
lançadas as R5 350 B (1971) e R5 350 C (1972),
os modelos R5 diferenciavam-se entre si apenas pelas cores:
- 1970 R5(A) - Metallic Purple/white
- 1971 R5B - Mandarin Orange/white
- 1972 R5C - Mandarin Orange/black
Não foram fabricados modelos R4 por motivo de o
número 4 no Japão significar o número da morte e outras negatividades.
RD 350
A RD 350 (Race Developed) foi lançada em 1973
nas cores "candy red" e "Racing Green". A RD 350 inaugurou
o uso do Torque Induction,
a palheta de torque, um mecanismo que veda o retorno da mistura
ar/combustível/óleo 2 tempos para o carburador, proporcionando melhor torque em
baixas rotações e economia de combustível, um ponto crítico do Motor 2 Tempos.
Também foram introduzidos os freios a disco dianteiro com pastilhas de dupla
ação (dois cilindros), caixa de mudanças passou a ter com 6 marchas, o bloco do
motor obteve novas tampas laterais com formato oval, Os mostradores
(velocímetro e tacômetro) foram fixados em um painel onde também tinham as
luzes de monitoramento dos piscas (Flash) independentes para cada direção,
neutro e farol alto.
A extrema potencia do motor exigia muita atenção e
habilidade na pilotagem, pois era praticamente uma motocileta de competição
trafegando na rua. Foi assim que a moto ganhou o apelido de "Viúva
Negra". A RD 350 vinha com um assessório fixado por baixo da mesa
inferior, que funcionava como amortecedor de direção, estranhamente muitas Rd's
eram vendidas sem este componente.
RD 350 A,B e C
RD 350 A lançada em 1974,
RD 350 B fabricada de 1975 à 1976 e RD 350 C "slim
tank" (tanque de combustível mais estreito)lançada em 1977
no mercado do Estados Unidos. A
diferença entre elas foram apenas nas cores e grafismos.
A RD 350 B esteve de volta na India
em 1983, sob nome de Rajdoot 350, foram fabricadas
em 2 modelos, High Torque e Low Torque, este último com 27 HP. Apesar de terem sido símbolos Cult e de
status, foram descontinuadas em 1989, o perfil dos condutores e
as condições das ruas não estavam preparados para uma motocicleta desse
calibre.
RD 400
Lançada em 1976,
foi uma versão com maior cilindrada (389cc), mas mecânica muito semelhante às
RD 350. O pistão da RD 400 possui maior curso de pistão,
62mm contra 54mm da RD 350. Este modelo introduziu o freio a disco traseiro e
rodas de liga leve. Tiveram as versões C, D e E. Em 1978
foi lançada a RD 400 F Daytona, incluída a ignição
eletrônica, novos freios, chassis e visual remodelados. A RD 400 não
foi comercializada no Brasil devido à proibição das importações em 1976.
RD 350 LC
Em 1980 a Yamaha volta às 350cc, derivada das TZ 350
de competição, é lançada a RD 350 LC (Liquid Cooled), refrigeração líquida, CDI
(Ignição eletrônica) e freio à disco nas duas rodas, sendo duplo na dianteira.
Em 1983 recebe o sistema YPVS (Yamaha Power Valve
System), Trata-se de uma válvula que abre e fecha a janela de escapamento do
motor através de um motor elétrico controlado por um sistema eletrônico. Quando
o motor está funcionando a menos de 5 mil RPM, a válvula se fecha e restringe a
saída dos gases de escapamento, fazendo o motor produzir mais torque em baixas
rotações e tornando a pilotagem mais dócil. Quando a moto ultrapassa os 5 mil
RPM, a válvula se abre GRADUALMENTE, ou seja, faz com que na "subida de
giro" a válvula se abre moderadamente, até que toda a potência do motor é
liberada. Em 1986 a fábrica da Yamaha concentra a fabricação da RD 350 LC em
Manaus e o modelo vem de fábrica com carenagem parcial ( apenas carenagem no
farol seguida de semi-carenagens ) com opcional de carenagem integral. Em
1987/88, A RD 350 é fabricada apenas com carenagem integral, em 1991 recebe
estilização, abandonando o farol quadrado para adotar dois faróis redondos e
novo modelo de carenagem frontal. Em 1993 encerra-se a produção já denominada
RD 350 R.
Na sua última versão ela teve as seguintes
características técnicas: Motor de 2 cilindros em linha, 2 tempos, diâmetro e
curso do pistão 64 x 54 mm, refrigerado a água, 347cc, taxa de compressão
de 5:1, válvula eletrônica YPVS, partida a pedal, potência
máxima de 55 cv a 9.000 rpm, torque máximo de 4,74 m.kgf a 8.500 rpm,
alimentado por dois carburadores Mikuni
VM 26 mm. Câmbio de 6 velocidades, transmissão por corrente, freio a duplo
disco dianteiro de 267 mm Ø e traseiro a disco de 267 mm Ø. O Quadro
é tubular, berço duplo, em aço. Suspensão dianteira telescópica hidropneumática
e traseira monoamortecida. Pneu dianteiro, 90/90 aro 18 e traseiro 110/80 aro
18. Comprimento de 2,12 m, largura de 690 mm, distância entreeixos de
1,385 m, altura do banco de 780 mm, capacidade do tanque de 18 litros,
peso líquido 167 kg. A velocidade máxima chega a cerca de 200 km/h e
a aceleração de 0 a 100 km/h em cerca de 5 (cinco) segundos, conforme
inúmeros testes realizados na época. Consumo? Depende da forma de condução da
motocicleta, podendo variar de um mínimo de 8 km/l até um máximo de
16 km/l.
No Brasil
Em 1986 passa a ser produzida no
Brasil com novo visual e carenagem semi-integral e já em 1987
uma decisão da Yamaha centraliza a produção das RD350 em nosso país, sendo
exportada para o resto do mundo e descontinuada no Japão. Assim a RD350 no ano
de 1988, ganha carenagem integral, discos de freios ventilados,
suspensão dianteira Showa e
um novo nome, RD350R, adequando-se ao exigente mercado externo.
Em 1989 foi produzida a série
limitada denominada limited edition, em comemoração ao sucesso de vendas da
motocicleta no exterior, principalmente na Europa. Foram fabricadas apenas 350
exemplares, os quais foram numerados por uma plaqueta de identificação.
O modelo da série limitada caracterizava-se, especialmente, pela pintura
cor branco perolizado e pelos gráficos exclusivos. Os gráficos eram idênticos
aos do modelo comercializado na Europa alguns anos antes (1986-1988). O
propulsor da série especial tinha 63 cavalos, contra 55 do modelo
convencional, em razão de algumas mudanças, principalmente maior taxa de
compressão - o que exigia a utilização de combustível especial na época.
Especulou-se que apenas algumas destas 350 motos da série especial foram comercializadas
no mercado brasileiro, pois grande parte desta produção teria sido direcionada
a pessoas de notável importância da YAMAHA (diretores, dirigentes, investidores
etc.), tanto do Brasil quanto do exterior, ou seja, poucas
unidades foram efetivamente vendidas no país.
Em 1991 recebeu sua última
remodelagem, passando a contar com carenagem totalmente fechada no estilo da CBR600 e
Suzuki RGV. Ganha novos faróis duplos seguindo o mesmo padrão de estilo das
FZR. Teve sua produção encerrada para o mercado brasileiro em 1993,
sendo que seus últimos modelos foram vendidos até o final desse ano.
Ainda assim, foram produzidas para o mercado italiano, alemão e espanhol até o ano de 1995,
quando infelizmente saíram totalmente de produção, deixando uma enorme legião
de fãs e adoradores órfãos por todos os cantos do planeta.
Mesmo sendo motos muito mais avançadas
tecnologicamente, e muito mais potentes, tinham uma distribuição de potência e
torque muito mais linear que suas antecessoras, devido ao sistema YPVS,
que serve para que a moto tenha maior aproveitamento do torque e da potência,
desde as rotações mais baixas, sendo assim mais linear, e não agindo como um
"Turbo" como muitas pessoas pensam.
Também foi a moto pioneira no mundo no uso do
quadro de berço-duplo e suspensão traseira mono-amortecida de série. Seu quadro
foi o precursor dos famosos quadros DeltaBox de alumínio desenvolvidos pela
Yamaha, e posteriormente utilizados pelas demais marcas. Vinha equipada com 3
freios à disco, e rodas de alumínio.
Referências
1.
↑ a b c d e f g h Geraldo Tite Simões (5 de Março de 2006).
Motonline - Testes - Yamaha RD 350LC Motonline.
Página visitada em 29 de Janeiro de 2009.
2.
↑ Best Cars Web Site. O veneno da viúva-negra Best Cars Web Site. Página
visitada em 01 de dezembro de 2009.
3.
↑ Motos Clássicas 70. Teste da Yamaha RD 350 Motos Clássicas 70.
Página visitada em 01 de dezembro de 2009.
Anos 70 no
Brasil, uma década marcada por mitos e personagens polêmicos. As coisas
aconteciam de maneira marcante, as manifestações eram constantes desde a luta
pela paz até a liberação das drogas. Lembro-me de uma das maiores ocorridas no
mundo:o Woddystock.
Nas ruas o
que se via num país reprimido pelo militarismo eram pessoas ávidas a procura de
possibilidades e aventuras, mesmo que essas colocassem em risco sua própria
vida. Ter atitude naquela época era sinal de rebeldia. Isso sim era viver
perigosamente.
Apesar de
todos os nossos conflitos sociais e políticos, ganhavamos ainda, talvez com a
influência da juventude transviada de James Dean, um grande prazer extra.
Um vínculo entre a atitude e a morte.
A viúva
Negra.
Era assim
chamada uma motocicleta que chegou aqui importada do Japão; a Yamaha RD350.
O mito.O
absurdo.
Seu
peso/potência acima dos 5.000 giros tinham uma relação fora dos propósitos de
segurança da época. A tecnologia usada em seu motor bi-cilíndrico superava
qualquer sonho de piloto de corridas daqueles saudosos anos “dourados”. Eram
exatamente 347cc, com 140 quilos de peso, cambio de seis marchas e uma tremenda
arrancada. Seus freios a tambor eram ineficientes para tanta força e
velocidade.
Um
assombro.
Seu ronco
estridente ficou conhecido por muita gente, mesmo por aqueles que não tinham
adoração por motocicletas, que o escutavam nas madrugadas, cortando o silêncio.
Ela foi a responsável por inúmeros acidentes, muitos fatais, resultado de
exageros daqueles que tentavam tirar o máximo de sua esportividade.
Além
daquele guidão Tomazelli(parte das customizações que eram feitas na época), que
a deixavam com uma aparência agressiva, tinha também o charme de se dar a
partida no pedal(elétrica nem pensar), esses e outros inúmeros detalhes faziam
parte marcantes da cobiçada “viúva negra”.
Verdadeiro
“status” de coragem era pilotar esse mito, que até hoje causa saudades
nos mais apaixonados por motocicletas e velocidade, quando se lembram daquele
cheiro de óleo 2 tempos queimando e daquela fumaceira que saía do escapamento.
As atitudes
fazem os mitos.
Saudades.
Junior Faria - Os
Motociclistas



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